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O futuro também será lembrança: por que registrar o presente ainda importa

Em tempos de nuvem e imediatismo, entender o valor de registrar o presente é uma forma de preservar nossa identidade coletiva

Estamos vivendo um tempo de urgência. Tudo é agora, tudo é instantâneo, tudo é substituível. Mas, paradoxalmente, quanto mais produzimos, menos lembramos. O registro — antes um gesto de memória — virou reflexo automático.

Registrar, no entanto, é mais do que armazenar. É dar sentido ao tempo. Fotografar, escrever, gravar, arquivar — são formas de dizer “isso importou”. É como deixar pistas para o futuro, lembrando que existimos de um jeito único.

Talvez o desafio contemporâneo não seja guardar mais, mas guardar melhor. Escolher o que vale ficar.


Como reflete Victor Escobar, diretor de atendimento da Caixa de Memórias, “a memória é o que organiza o tempo. Sem ela, o presente vira repetição e o futuro, ruído”.

O ato de lembrar é também o de construir futuro. Porque o amanhã — antes de chegar — já começa nas histórias que decidimos preservar hoje.