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O som do tempo: por que ainda nos emocionamos ao ouvir uma fita rodando
Existem sons que o tempo não apaga. O clique da tampa de uma VHS se fechando. O zumbido leve de uma MiniDV começando a girar. O estalo de uma Hi8 sendo ejetada. Para muitos, esses sons são apenas ruídos antigos. Para outros, são a trilha sonora da infância, das festas em família, das apresentações da escola.
Num mundo digital, onde vídeos rodam silenciosos em nossos celulares, a fita ainda carrega uma mística única. Ver (e ouvir) uma fita sendo reproduzida é como abrir uma cápsula do tempo. As imagens ganham peso. As vozes têm alma. O passado se materializa com textura e imperfeição.
“A fita guarda mais do que imagens — ela preserva o silêncio entre as risadas e os ruídos que a gente não sabia que sentiria falta”, afirma Victor Escobar, diretor do Caixa de Memórias.
E é por isso que resgatar essas fitas é tão importante. Porque por trás de cada gravação há um pedaço do que somos. E escutar o passado é também lembrar que vivemos intensamente.